Catadores discutem participação no Plano Municipal de Resíduos
13/01/2016
A inclusão dos catadores é uma das metas do plano de resíduos, que traça as diretrizes para os próximos 20 anos
A inclusão dos catadores é uma das metas do plano de resíduos, que traça as diretrizes para os próximos 20 anos Foto: Divulgação

Secretaria de Governança

Representantes de cooperativas de catadores de São José dos Campos se reuniram na manhã dessa quarta-feira (13) na Secretaria de Meio Ambiente para discutir sua participação na implementação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), oficializado pelo Decreto Municipal 16.762, de 10 de dezembro de 2015, e que está alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010). Participaram membros da Cooperativa de Catadores Futura, Alpha e Coopertech.

 A inclusão dos catadores é uma das metas do plano municipal de resíduos, que traça as diretrizes para os próximos 20 anos no que diz respeito ao tratamento e destinação ambientalmente correta dos diversos tipos de resíduos gerados na cidade (domiciliares, industriais, da construção civil, dos serviços de saúde, saneamento, etc).

 Um dos programas de ação definidos no PMGIRS trata da inclusão e formalização de uma cadeia de reciclagem de embalagens com os catadores.  “A reunião foi muito positiva, pois foi deles próprios a iniciativa de se reunir e debater sobre como se organizar e se integrar a esta nova política municipal, da qual eles participaram ativamente da construção”, destacou o diretor de Gestão Ambiental.

 Segundo o diretor, são vários os programas e ações que terão interface com os catadores, dentre elas o recolhimento dos materiais gerados nos prédios públicos, nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), como acontece hoje, assim como nos acordos que forem estabelecidos junto à iniciativa privada para cumprimento da logística reversa.

 As ações do plano também contemplam a triagem de uma parcela do material que chega à Estação Municipal de Tratamento de Resíduos Sólidos por cooperados, por meio da destinação de um galpão específico para atuação dos catadores.

 Outro mecanismo importante que está previsto no PMGIRS é a utilização do mecanismo de pagamento por serviços ambientais (PSA) em áreas urbanas, conhecido como PSA Urbano, para bonificar os catadores pelo serviço ambiental realizado com a destinação adequada dos resíduos sólidos. 

 “Este é um mecanismo cujos critérios ainda precisam ser bem discutidos e amadurecidos com este conjunto de atores sociais, setor público, privado e cooperativas, mas o pagamento por serviços ambientais é hoje uma discussão que já acontece em nível nacional e é realidade em municípios como São Paulo”, destacou  o diretor de Gestão.

 “Estamos em uma cidade que é referência em reciclagem e nosso encontro aqui hoje deixa muito claro que precisamos nos organizar e construir um movimento forte e unido de cooperativas. A Prefeitura está realizando esse papel de interlocutora e, com os incentivos das políticas públicas, esse programa vai andar”, declarou Josiel de Lima Silva, representante comercial da Cooperativa Coopertech, recém instalada na cidade.

 Lucimara, da Cooperativa Alpha, atua há 12 anos como catadora e só há pouco tempo conheceu a experiência de trabalhar como cooperada. “Sempre trabalhei como catadora num ambiente familiar e informal. Meu sonho hoje é ver as pessoas que começaram comigo integrando as cooperativas, se profissionalizando e estando dentro da lei”, afirmou.

 Nesta quinta-feira (14), os membros das cooperativas se reunirão novamente para formar um Comitê Municipal de Cooperativas de Catadores. O encontro será no auditório da Secretaria de Meio Ambiente, localizada no Parque da Cidade Roberto Burle Marx (Av. Olivo Gomes, n.100, Santana), a partir das 10h.