Mais de 60 pessoas, entre autoridades e empresários, participaram da quinta edição do Fórum de Desenvolvimento Econômico Sustentável, uma iniciativa conjunta do IPPLAN e da Prefeitura de São José dos Campos. O evento foi realizado nessa quarta-feira (16), no Parque Tecnológico. Os debates foram pautados pelo tema: “Desenvolvimento Econômico Regional: Desafios e Oportunidades de uma Estratégia Integrada”.

“O objetivo do Fórum é debater o futuro da cidade, envolvendo toda a sociedade na definição de uma agenda de desenvolvimento sustentável de médio e longo prazo”, recordou o diretor geral do IPPLAN, na abertura do evento.

Os participantes lembraram ainda que a economia de São José é impulsionada pela indústria e por serviços avançados, com fortes componentes de tecnologia e inovação. “Com o apoio da Prefeitura, o sistema CECOMPI/Parque Tecnológico atua como um agente de capacitação, buscando aumentar a competitividade das empresas. É, portanto, um instrumento importante de desenvolvimento econômico regional”, disse o diretor geral do Parque Tecnológico.

“Desde o início deste governo, a Prefeitura trabalha junto com seus parceiros, de forma integrada, para fomentar a indústria e a tecnologia no município”, acrescentou o secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia.

O primeiro palestrante do evento, o especialista em desenvolvimento urbano Roberto Sampaio Pedreira, coordenador de monitoramento e avaliação de política industrial da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ressaltou a importância de se ter uma visão de longo prazo para fomentar o desenvolvimento regional.

“Existe há mais de 25 anos no Brasil uma deficiência no planejamento de longo alcance. Registramos avanços pontuais, que não se consolidam no tempo. A exaustão do modelo baseado no consumo de massa obriga os governantes a reorientarem suas políticas públicas para uma estratégia integrada de desenvolvimento regional”, afirmou.

Para Pedreira, é preciso regionalizar a política industrial focando na competitividade das empresas locais. “Temos que potencializar as vantagens competitivas locais reforçando o papel dos clusters na definição de políticas de desenvolvimento regionais. A elaboração de políticas industriais regionais implica na maior participação das comunidades locais, com integração de todos os setores de atividade numa lógica de inovação”, discursou.

O representante da ABDI disse que alguns segmentos do que chamou de “quarta revolução industrial” serão fundamentais para elevar a competitividade das empresas no mercado global. Ele citou, por exemplo, a inteligência artificial, a impressão 3D e a nanotecnologia.

O segundo palestrante, Alexandre Mattos, especialista em gestão estratégica da consultoria Macroplan, também insistiu na importância da integração de todos os setores para desenhar um plano de desenvolvimento de longo prazo.

“É preciso integrar as dimensões social, econômica, ambiental, institucional, urbana e cultural. O processo participativo é fundamental”, afirmou.

Mattos ainda mencionou a emergência do conceito, cada vez mais globalizado, de megarregiões. “São José dos Campos integra uma megalópole formada por São Paulo, Campinas, Santos, Jundiaí, Sorocaba e Piracicaba. O futuro de São José está totalmente conectado com o futuro dessas cidades, com forte integração econômica e fluxo intenso de mercadorias e pessoas.”

O especialista disse que São José dos Campos ocupa o oitavo lugar do Ranking Macroplan, que avalia o desempenho da gestão pública das 99 maiores cidades do Brasil – com exceção de Brasília. “Base industrial, capital humano e localização estratégica explicam a posição elevada de São José no ranking”, afirmou.