SJC pede ao governo do Estado antecipação da vacinação contra H1N1
Secretaria de Saúde
O secretário de Saúde encaminhou nesta quarta-feira (6) um ofício ao governo do Estado solicitando o
envio de vacina contra a H1N1 para antecipar a campanha na cidade. O documento
foi protocolado no Departamento Regional de Saúde (DRS–17), em Taubaté. A
campanha nacional de vacinação está prevista para ocorrer só a partir do dia 30
deste mês.
Segundo o secretário, o motivo do pedido é
o crescimento do número de casos suspeitos na cidade, que ainda aguardam
resultado do exame, além do aumento no número de internações por suspeita da
Síndrome Respiratória Aguda, quadro que comumente é causado pelo vírus da H1N1.
Atualmente, São José dos Campos tem 36
pacientes com suspeita da doença, dos quais 30 estão internados em três
hospitais da cidade (22 no Hospital Municipal, 4 na Santa Casa e 4 no hospital
Santos Dumont). Até agora, nenhum caso foi confirmado.
“Sabemos que o Ministério da Saúde já
adiantou as doses para o Estado de São Paulo. Por isso, estamos pedindo que o
Estado nos envie, o quanto antes, para que possamos iniciar a vacinação na
nossa população, já que a incidência da doença também adiantou este ano”, disse
o secretário.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da
Saúde, a gripe H1N1 já atinge 11 Estados e o Distrito Federal, totalizando 444
casos no país até 26 de março. Neste período, pelo menos 71 pessoas morreram em
decorrência da doença. A maior parte dos doentes está no Estado de São Paulo,
que já registrou 372 casos e 55 mortes.
Tamiflu
Outra preocupação do município é o
abastecimento do Tamiflu, que está em baixa. O município tem hoje apenas 650
comprimidos. A Prefeitura já solicitou ao Estado mais 20 mil comprimidos, mas
já foi avisada que serão encaminhados apenas 7 mil unidades, ainda esta semana.
Cada paciente que faz uso do medicamento precisa tomar 14 comprimidos (dois por
dia, por sete dias consecutivos).
“Essa quantidade é pequena. Portanto, um
ofício foi encaminhado às unidades de saúde reforçando as orientações para que
a prescrição do Tamiflu seja feita de forma bastante criteriosa: apenas para
pacientes com a forma mais grave da doença ou para aqueles que estão com a
gripe sem gravidade, mas têm doenças crônicas associadas, o que pode aumentar
os riscos”, disse.
Além do ofício, o secretário convocou uma
reunião com representantes de todos os hospitais da cidade (públicos e
particulares), do Conselho Regional de Medicina (CRM) e da Associação Paulista
de Medicina (APM). O objetivo é expor a situação e pedir que os profissionais
de saúde sejam orientados a prescrever o medicamento apenas para os pacientes
graves. A reunião está agendada para segunda-feira (11), às 10h, na secretaria.
“Precisamos fazer isso para não corrermos o
risco de dispensar o medicamento para pacientes com gripe comum e, depois, o
remédio faltar para pacientes internados, com gripe grave. Por isso, vamos
pedir que os hospitais e os órgãos de classe possam nos ajudar a sensibilizar os
médicos para a gravidade da situação”, disse o secretário.
Segundo ele, 75% das prescrições de Tamiflu
ocorridas nas duas últimas semanas são de hospitais da rede particular, para
pacientes sem gravidade e fora dos grupos de risco.
Campanha
Para orientar a população, foi lançada uma
campanha nas redes sociais e com a utilização de folders, cartazes e banners,
com foco na prevenção da doença.
Lavar as mãos com frequência, evitar
ambientes fechados e com aglomeração de pessoas, cobrir a boca com lenço descartável
ao tossir e espirrar e evitar tocar os olhos, nariz e boca após ter contato com
superfícies de uso comum, são algumas das recomendações do material.
Além disso, todas as unidades de saúde
serão reabastecidas com álcool gel nas recepções. Máscaras descartáveis também
serão distribuídas aos pacientes que chegarem nas unidades de saúde com
sintomas de gripe, para evitar o contágio de outros pacientes.
Além disso, a Vigilância Epidemiológica vai
promover cursos de atualização dos médicos da rede municipal e particular da
cidade sobre o H1N1, solicitando que redobre a atenção com gestantes,
cardiopatas ou diabéticos.