Baobá que chega a 6 mil anos é atração no Parque da Cidade
07/04/2016
O Baobá é o único na Região do Vale do Paraíba e um dos poucos do Brasil. Outro está localizado em Pernambuco, tem 350 anos de idade
O Baobá é o único na Região do Vale do Paraíba e um dos poucos do Brasil. Outro está localizado em Pernambuco, tem 350 anos de idade Foto: Antonio Basílio/PMSJC

Secretaria de Governança

O Baobá, uma das maiores e mais antigas árvores do mundo, pode ser visitada no Parque da Cidade em São José dos Campos (Rua Olivo Gomes, 100), em Santana, região norte do município. A visitação pode ser feita todos os dias da semana, das 6h30 às 20h.

 A árvore, que fica ao lado do estacionamento do Centro de Formação do Educador (CEFE), foi plantada no dia 8 de dezembro de 2014 pela Secretaria de Meio Ambiente, com a participação especial dos alunos da rede de ensino municipal da cidade.

 A muda foi um presente da Fundação Bienal de São Paulo para a Prefeitura de São José dos Campos, por conta dos trabalhos realizados pela igualdade racial. A espécie foi recebida pela Secretaria de Promoção da Cidadania – Departamento de Igualdade Racial, pela implantação do Projeto Baobá na cidade.

Esse projeto trabalha a implementação da Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".

Em São José dos Campos, os alunos, professores e profissionais das escolas Xenofonte Strabão de Castro (região leste) e Professora Maria Luiza Guimarães Medeiros (região norte) fazem parte do projeto piloto e recebem semanalmente formação sobre história Afro-Brasileira, arte e cultura negra, e enfrentamento ao preconceito e ao racismo, além de oficinas artísticas e culturais de Rap, dança e teatro.

 O Baobá de São José dos Campos é o único na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e um dos poucos do Brasil. Outro está localizado em Pernambuco, tem 350 anos de idade e possui um tronco de mais de 15 metros de diâmetro. O maior exemplar do país está no Rio de Janeiro, medindo 25 metros de altura. Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Mato Grosso e Goiás também possuem Baobás.

 Os Baobás passaram a fazer parte da flora nacional depois do descobrimento do Brasil, sendo trazidos por sacerdotes africanos devido à crença religiosa, a tradição e a superstição que a árvore guarda.

 Origem

 Os Baobás são nativos de Madagascar, das savanas da África. Essas árvores podem viver durante milhares de anos e parecem ter sido plantadas de cabeça para baixo. Isso se deve à aparência de seus galhos, que lembram raízes e normalmente permanecem sem folhas durante nove meses do ano.

 Símbolo do continente africano, a característica que mais se destaca nessas árvores gigantes são seus troncos, que podem chegar a medir mais de 20 metros de diâmetro e 30 metros de altura. Essas estruturas não são enormes assim por acaso. Para enfrentar os meses de seca, durante os meses de chuva, a água fica armazenada no interior do tronco — que é oco e resistente ao fogo. Existem registros de Baobás que chegaram a guardar até 120 mil litros de água.

 Pela sua grandiosidade, não é raro que pessoas se instalem em seu interior e muitos, inclusive, são usados como bares, santuários, ponto de ônibus e até como cadeia, em algumas regiões da África.

 A árvore é utilizada como fonte de inspiração até hoje para os nativos da África. Eles têm a espécie como a personificação do espírito africano, por isso é tida como a árvore da vida e de grande importância para diversas tribos, que se reúnem diante dos Baobás, porque acreditam que o espírito da árvore ajuda a tomar decisões.

 Na literatura

 A espécie também tem presença na literatura, como no livro “O Pequeno Príncipe”, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry, que pode ter se inspirado na espécie existente na Praça da República, em Recife, quando passou por lá. Na obra, o protagonista temia os Baobás, pois o crescimento excessivo dessas árvores poderia tomar todo o espaço do asteroide onde vivia.