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Foi com o show de Jackson Ricarte e Trio que a 15ª edição da Festa do Mineiro se despediu do público. Ela foi realizada desde o início da manhã de quinta-feira (21) no Parque da Cidade, em Santana.
O evento é uma realização da Prefeitura de São José dos Campos e Fundação Cultural Cassiano Ricardo em homenagem aos migrantes de Minas Gerais, principalmente do sul do estado vizinho, que contribuíram para o crescimento e a formação de São José dos Campos.
Cerca de 25 mil pessoas apreciaram comidas típicas da culinária caipira, artesanatos, além de um grande repertório de música de raiz e modas de viola. A festa começou logo de manhã, com a apresentação da Banda de Santana. Após a missa, o público foi recepcionado com o típico café com leite e biscoito de polvilho.
O grande volume de venda de alimentos típicos surpreendeu os comerciantes que participaram da festa. "Foi gratificante ver o tanto de pessoas que vieram no ano passado e retornaram hoje porque gostaram da nossa comida", disse o chef Adam al Garcia, que trouxe o leitão à pururuca assado no rolete, além de tantas outras iguarias caipiras, como galinhada, paçoca de cebola, torresmo e couve refogada.
Também chamou a atenção dos visitantes o artesanato tradicional. Eram peças feitas de madeira, bordados, bonecas de pano, figuras de barro, enfeites pintados à mão, entre tantos outros.
Os participantes aproveitaram para relembrar as origens. Uma dessas pessoas foi a dona de casa Elisabeth Sampaio, do Jardim Colinas, que mora em São José dos Campos há 40 anos. “Como eu sou mineira, vim matar a saudade da minha terra. Eu gostei muito de relembrar aqui o cheiro gostoso da comida mineira e me surpreendi com a quantidade de pessoas.”
Durante o evento, o prefeito salientou a importância da preservação dessas raízes. “Essa festa comemora e cultiva as contribuições que os mineiros trouxeram para construção da cidade”, declarou.
Um dos destaques que serviu para esse resgate de memórias foi o rancho do tropeiro montado no lado externo do Pavilhão Gaivota, o local da festa. “Ficamos felizes por ter visto que os visitantes gostaram muito de ver o nosso trabalho e por estar aqui, ajudando a manter viva a cultura da vida tropeira”, afirmou Marcos Roberto Eleutério, um dos organizadores do espaço, que expôs arreios, cintos, sinos, tapetes, entre outros objetos.
A dança e a música mineira foram representadas em diversas apresentações dos grupos Moçambique da Vila Tesouro, Congada Filhos de Z'ambi e os violeiros da Casa de Cultura Caipira Zé Mira, que agitaram o público. Moradora do Jardim da Granja, na região sudeste, a auxiliar administrativa Maria Célia Muraroto chegou por volta do meio-dia, almoçou e assistiu os shows musicais. “Eu não fico um ano sem vir”, ressaltou ela.
O grupo Cordas da Mantiqueira animou a tarde de quem passou pelo pavilhão, com um repertório de obras musicais ligadas ao mundo caipira. “A ideia desta apresentação foi trazer histórias que contam a emoção do mineiro, o que ele faz na roça, em músicas populares”, explicou o maestro Oliveira Neto.
Outra atração foi a Orquestra de Viola Caipira, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo. “A viola tem uma grande identificação com a música mineira e a caipira, aqui de São Paulo”, explicou o maestro do grupo, Ivan Vilela. Ele frisou que a Festa do Mineiro é uma ocasião importante para valorizar o instrumento, que é porta-voz da cultura dos dois estados.
Para o músico, foi uma grande satisfação participar de um evento. “Minas Gerais está aqui pertinho de São José, E acho que a cultura popular não tem fronteiras. È paulista, mineira, de norte a sul.”