São José discute cooperação com Parques Tecnológicos da China
19/07/2016
Parque Tecnológicos
Autoridades e representantes de instituições, participaram nessa segunda-feira (18) do Fórum Brasil-China de Parques Tecnológicos Foto: Antonio Basílio/PMSJC

Secretaria de Governança

Mais de 60 pessoas, principalmente autoridades e representantes de instituições de pesquisa e ensino, participaram nessa segunda-feira (18) do Fórum Brasil-China de Parques Tecnológicos, em São José dos Campos. A iniciativa conjunta da Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), com apoio do Parque Tecnológico, visa apresentar as políticas públicas de fomento à ciência e tecnologia dos dois países e identificar possibilidades de cooperação entre as entidades do setor.

O evento é uma das ações previstas no Memorando de Entendimento assinado em junho do ano passado pelos governos do Brasil e da China, que estipula o fomento da cooperação científica e a troca de conhecimento entre parques tecnológicos dos dois países.

“O Brasil vê a cooperação com a China como uma prioridade. Queremos fomentar o crescimento dos fluxos bilaterais com este país priorizando os produtos e serviços de alto valor agregado, e isso inclui a cooperação entre nossos parques tecnológicos respectivos”, disse Manuel Montenegro Lopes da Cruz, diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

“A cooperação científica e tecnológica entre Brasil e China já está bem adiantada, e temos que persistir nesse caminho. A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e queremos intensificar nossas relações bilaterais nessa área específica, que é fundamental para o crescimento econômico. Nosso objetivo é criar um modelo de desenvolvimento com projeção internacional, e acreditamos que o Brasil pode nos ajudar”, destacou Duan Junhu, diretor adjunto do Torch Center, o equivalente chinês da Anprotec.

O prefeito, lembrou que o Fórum Brasil-China ocorreu em um dos ambientes tecnológicos mais favoráveis do país. “São José dos Campos possui uma série de instituições voltadas para a ciência e tecnologia, principalmente no setor aeroespacial. Nossa visão é que o investimento em ciência, tecnologia e inovação é estratégico para o desenvolvimento econômico, tanto que levamos tecnologia para os 60 mil alunos do sistema municipal de ensino por meio do programa Escola Interativa”, afirmou.

O diretor de operações do Parque Tecnológico de São José, lembrou que o município vem estreitando suas relações com a China nos últimos anos. “Em junho de 2015, no dia seguinte à assinatura do Memorando de Entendimento com o MCTIC, o ministro chinês de Ciência e Tecnologia esteve aqui para formalizar uma parceria de cooperação tecnológica específica para São José dos Campos. Em maio deste ano, o prefeito e o diretor geral do Parque Tecnológico, fecharam um acordo de cooperação com o Parque de Ciência e Tecnologia de Zhongguancun, em Beijing, que é o maior da China”, recordou.

Palestras, apresentações e debates se sucederam durante o Fórum Brasil-China, encerrado por uma visita técnica do Parque Tecnológico. Também foi selado durante o dia um acordo de cooperação entre a Anprotec e o Torch Center.

O secretário substituto de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, apresentou os programas brasileiros de fomento à ciência e tecnologia e destacou que o Brasil tem hoje 390 incubadoras e 30 parques tecnológicos em operação. “Por ter sido um dos primeiros, o Parque de São José é visto como uma referência nacional. Outras são o do Rio de Janeiro, o Porto Digital, no Recife, e o Sapiens Park, de Florianópolis. Queremos fomentar acordos de cooperação entre parques, além de aumentar o intercâmbio de estudantes, professores e cientistas dos dois países. Pretendemos ainda realizar uma série de workshops focados na criação de joint-ventures entre pequenas e médias empresas brasileiras e chinesas de alta tecnologia.”

Para Wei Ying, do Torch, as perspectivas de cooperação entre Brasil e China residem no intercâmbio de talentos e no aprofundamento de projetos comuns. “Seria bom se cada parque tecnológico brasileiro escolhesse um parque chinês como parceiro em sua área de interesse específica”, comentou, destacando que o gigante asiático possui mais de 1.350 incubadoras e 53 parques tecnológicos em atividade, que respondem por 12% do PIB do país.

“Até 2025, a China estará na vanguarda da tecnologia mundial. O Brasil está aproveitando essa oportunidade ímpar de participar deste crescimento”, finalizou Romero Maia, diplomata da Embaixada do Brasil em Beijing.