Escorpiões enviados ao Butantan geram estoque de soro para o País
21/07/2016

Secretaria de Governança

Os escorpiões capturados pelas equipes da Urbam, nos cemitérios de São José dos Campos, ajudaram o Instituto Butatan, de São Paulo, a produzir soro e atender a demanda de todo o território nacional.

A captura, realizada entre fevereiro e junho deste ano, resultou no total de 10.451 escorpiões, que foram encaminhados para o Butatan pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de São José dos Campos.

Os escorpiões amarelos, identificados pelo Butantan como Tityus serrulatus, foram usados para extrair soro. Segundo o Instituto, no Estado de São Paulo somente outras duas cidades enviam os escorpiões. O soro é usado no tratamento dos envenenamentos provocados por picadas de escorpião deste gênero.

A captura, que ocorre no período de verão, quando os escorpiões saem dos esconderijos, começou a ser feita no Cemitério Maria Peregrina, em Santana, após relatos de moradores sobre a incidência dos bichos. Depois, foi estendida aos demais cemitérios públicos.

De acordo com o Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde, a captura é a melhor forma de controle. É importante, também, que a população tome medidas de prevenção nas áreas internas e externas das casas.

Cuidados para evitar escorpiões

Área externa

• Manter limpos quintais e jardins, sem acúmulo de folhas secas e lixo domiciliar;

• Acondicionar lixo em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, entregando para o serviço de coleta.

Não jogar lixo em terrenos baldios, mantendo as áreas próximas aos imóveis limpas

• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;

• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc;

• Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo;

• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos

• Evitar queimadas em terrenos baldios, procedimento que desaloja os escorpiões;

• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;

• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;

• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.

Área interna

• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;

• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;

• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;

• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;

• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos vedados;

• Manter todos os pontos de energia e telefone vedados.

Escorpião Amarelo

É a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças. Assim como a maioria dos escorpiões do gênero Tityus, varia entre 5 a 7 centímetros. Costuma se alimentar de baratas, grilos, tenébrios, aranhas e até larvas de insetos. Eles possuem hábitos noturnos, saindo para caçar presas. De dia se escondem sob madeiras e pedras, ao abrigo da luz, da qual não gostam.

Na espécie, só existe fêmea que tem vários filhotes por ano. Antes essa espécie era restrita em Minas Gerais, mas devido à sua boa adaptação a ambientes urbanos e sua rápida e grande proliferação, hoje é encontrada em outros estados como: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.

Seu veneno é neurotóxico, ou seja, age sobre o sistema nervoso. O tratamento da picada é sintomático e pode ser feito utilizando-se soro antiescorpiônico.