Escorpiões enviados ao Butantan geram estoque de soro para o País
Secretaria de Governança
Os escorpiões capturados pelas equipes da
Urbam, nos cemitérios de São José dos Campos, ajudaram o Instituto Butatan, de
São Paulo, a produzir soro e atender a demanda de todo o território nacional.
A captura, realizada entre fevereiro e
junho deste ano, resultou no total de 10.451 escorpiões, que foram encaminhados
para o Butatan pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de São José dos
Campos.
Os escorpiões amarelos, identificados pelo
Butantan como Tityus serrulatus, foram usados para extrair soro. Segundo
o Instituto, no Estado de São Paulo somente outras duas cidades enviam os
escorpiões. O soro é usado no tratamento dos envenenamentos provocados por
picadas de escorpião deste gênero.
A captura, que ocorre no período de verão,
quando os escorpiões saem dos esconderijos, começou a ser feita no Cemitério
Maria Peregrina, em Santana, após relatos de moradores sobre a incidência dos
bichos. Depois, foi estendida aos demais cemitérios públicos.
De acordo com o Manual de Controle de
Escorpiões, do Ministério da Saúde, a captura é a melhor forma de controle. É
importante, também, que a população tome medidas de prevenção nas áreas
internas e externas das casas.
Cuidados para evitar escorpiões
Área externa
• Manter limpos quintais e jardins, sem
acúmulo de folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo em sacos plásticos ou
outros recipientes apropriados e fechados, entregando para o serviço de coleta.
Não jogar lixo em terrenos baldios,
mantendo as áreas próximas aos imóveis limpas
• Eliminar fontes de alimento para os
escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
• Evitar a formação de ambientes favoráveis
ao abrigo de escorpiões, como obras e terraplenagens que possam deixar entulho,
superfícies sem revestimento, umidade etc;
• Remover periodicamente materiais de
construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo;
• Preservar os inimigos naturais dos
escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.),
pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos
• Evitar queimadas em terrenos baldios,
procedimento que desaloja os escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras
junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para
evitar a passagem de baratas e escorpiões;
• Rebocar paredes externas e muros para que
não apresentem vãos ou frestas.
Área interna
• Rebocar paredes para que não apresentem
vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de
areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas
nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou
tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e
manter assoalhos vedados;
• Manter todos os pontos de energia e
telefone vedados.
Escorpião Amarelo
É a principal espécie que causa acidentes
graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças. Assim como a
maioria dos escorpiões do gênero Tityus, varia entre 5 a 7 centímetros. Costuma
se alimentar de baratas, grilos, tenébrios, aranhas e até larvas de insetos.
Eles possuem hábitos noturnos, saindo para caçar presas. De dia se escondem sob
madeiras e pedras, ao abrigo da luz, da qual não gostam.
Na espécie, só existe fêmea que tem vários
filhotes por ano. Antes essa espécie era restrita em Minas Gerais, mas devido à
sua boa adaptação a ambientes urbanos e sua rápida e grande proliferação, hoje
é encontrada em outros estados como: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Sergipe,
Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.
Seu veneno é neurotóxico, ou seja, age
sobre o sistema nervoso. O tratamento da picada é sintomático e pode ser feito
utilizando-se soro antiescorpiônico.