Festivale 2016 terá como tema “Teatro e Democracia”
22/08/2016

Secretaria de Governança

Profissionais das artes cênicas, como José Celso Martinez Correa, Denise Fraga, Maria Alice Vergueiro, Lucinha Lins, Tania Alves, o dramaturgo Aimar Labaki participarão da 31ª edição do Festivale, de 2 a 11 de setembro, em São José dos Campos. O festival de teatro é realizado pela Prefeitura, por meio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). Todos os espetáculos terão entrada gratuita.

O tema deste ano é “Teatro e Democracia”. Surgido na Grécia Antiga, o teatro foi utilizado como instrumento para ajudar a formar o cidadão devido a sua força educativa. Até os tempos atuais, as artes cênicas ainda permanecem com esta função.

Esta edição é composta por mais de 30 espetáculos, entre convidados e selecionados por meio de edital, além das palestras, workshops, oficinas entre outras atividades. Tudo isso dividido entre os palcos do Teatro Municipal, do Cine Teatro Benedito Alves, do Cine Santana, do Museu Municipal de São José dos Campos, ruas, praças e tantos outros espaços do município, com a proposta de descentralização da programação.

Com 82 anos, mal de Parkinson e dificuldade de locomoção, Maria Alice Vergueiro continua se desafiando, trazendo para a abertura do 31º Festivale “Why the Horse?”, peça em que a morte está no centro do debate. Ao longo dos 54 anos de carreira e a participação em mais de 30 espetáculos, Maria Alice traz na trajetória a experiência de ter trabalho com grandes diretores, entre eles José Celso Martinez Corrêa, outra atração do festival. 

Zé Celso, como popularmente é conhecido, é outra referência do teatro nacional e vem com toda sua experiência de quase 60 anos no teatro para participar de um dos Fóruns do Festivale. Ele é um dos convidados da mesa que discutirá o “Teatro e Democracia”. Sua experiência como dramaturgo, ator, diretor e exilado político serão de imensa contribuição ao debate.

A falta da liberdade política é um dos motes de uma peça vinda da companhia portuguesa Lendias d’Encantar, que traz ao palco No Limite da Dor sobre as torturas sofridas por presos políticos no regime de Salazar.

Outra atração que vai levar o público à reflexão é a performance CEGOS, do Desvio Coletivo, a intervenção que já esteve pelas ruas de Paris, Amsterdam, Barcelona, Praga, Ilha da Madeira, Nova York e tantas outras cidades brasileiras promete chocar visualmente o público com corpos petrificados por barro caminhando pelo centro de São José dos Campos.

O universo de Chico Buarque também estará em um dos palcos do festival, onde Lucinha Lins, Tânia Alves e Aretha Marcos contam, cantam e interpretam as famosas mulheres do compositor carioca em Palavra de Mulher.

Ideias contrárias e libertadoras do sistema da época também estão em Galileu Galilei, peça em que Denise Fraga dá vida ao cientista italiano, que contraria os dogmas da Igreja para provar que a terra não era o centro do Universo.
Isso é apenas uma amostra do que foi programado pela curadoria do Festivale, que foi criado em 1984 com a preocupação de estabelecer um recorte da produção teatral mais significativa de cada período, oferecendo a São José dos Campos um rico panorama com as mais significativas produções do cenário regional e nacional.