Festivale prossegue até dia 11 com mais de 20 atividades pela cidade
05/09/2016

Secretaria de Governança

O Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba (Festivale), da Prefeitura de São José dos Campos, segue nesta segunda-feira (5) com várias apresentações gratuitas pela cidade. O evento prossegue até o próximo dia 11, com mais de 20 atividades entre espetáculos e fóruns, sempre com o tema “Teatro e Democracia”

Neste quarto dia de Festivale, haverá três apresentações em São José dos Campos. Nesta segunda-feira, às 15h, a Arena do Parque da Cidade (Avenida Olivo Gomes, 100 – Santana) recebe a peça “Minha Alma É Nada Depois Dessa História”, de Os Ciclomáticos Companhia de Teatro. O espetáculo, do Rio de Janeiro, é inspirado em um conto de Gero Camilo, que narra a história de um vigia de fábrica que se apaixona por uma mulher misteriosa. A apresentação terá 40 minutos e a classificação indicativa é de 12 anos.

Além deste espetáculo, esta segunda-feira terá a peça Animo Festas, às 19h, no Centro de Estudos Teatrais (Avenida Olivo Gomes, 100 – Santana). Já o espetáculo “Ainda Aqui” é destaque no Teatro Municipal (Rua Rubião Júnior, 84 – Centro), às 21h.

Na terça-feira (6), a companhia convidada para o festival é a Cia de Teatro Lendias D’Encantar, de Portugal, que traz o espetáculo “No Limite da Dor”. Na peça, quatro histórias entrelaçam a experiência vivida por muitos portugueses nas mãos da Polícia Internacional e de Defesa do Estado, durante os anos da ditadura. A apresentação leva os espectadores à reflexão sobre a resistência, o medo, a humilhação, a dor e a dignidade do ser humano. O drama tem uma hora de duração e é voltado para maiores de 16 anos.

Abertura 

O Festivale começou na sexta-feira (2) com a peça “Why the Horse”, estrelada por Maria Alice Vergueiro. O público lotou o Teatro Municipal para conferir a dama do teatro underground nacional ensaiando a própria morte no palco. “O desafio realmente é eu morrer no meio do espetáculo, que é o que eu queria”, confessa a atriz, explicando que a intenção deste trabalho é uma reflexão para o tabu que é a morte.

No sábado (3), a intervenção CEGOS chamou a atenção de quem estava à tarde no centro de São José dos Campos. Mais de 40 artistas, vestidos como executivos com o corpo coberto de lama, caminharam lentamente passando em frente a importantes prédios e praças.

“A ideia inicial é de cegueira ao trabalho, de que a cidade petrifica as pessoas, mas ao longo do tempo essa intervenção veio ganhando novas leituras”, comentou o diretor Marcelo Denny, do grupo Desvio Coletivo, sobre a performance que começou em 2010, fazendo inicialmente uma crítica aos executivos da Avenida Paulista, em São Paulo.

Para montar a intervenção, o grupo contou com a ajuda dos artistas locais que participaram de uma oficina posterior à apresentação. A atriz Karen Pontes demorou mais de três horas para ajeitar todo o figurino. “Espero que o pessoal fique impactado com o que vamos fazer”, disse a atriz, pouco antes da apresentação.

“Entendi que o povo está sem voz”, disse o operador de máquinas Paulo Henrique Pace, que foi pego de surpresa com a apresentação. “Para mim, esse foi um sinal de protesto e ousadia”, completou.

O destaque de domingo (5) foi o fórum “Teatro e Democracia”, com o filósofo Luiz Fuganti e o ator e diretor José Celso Martinez Corrêa, em uma discussão que durou cerca de três horas, abordando antropologia, sociologia, liberdades entre outras questões. No fim, todos fizeram uma grande roda para celebrar o fazer teatral.

Festivale

O tema deste ano é “Teatro e Democracia”. Na antiga civilização grega, o teatro foi instrumento para ajudar a formar o cidadão devido a sua força educativa.  Até os tempos atuais, as artes cênicas ainda permanecem com esta função.

Esta edição é composta por mais de 30 espetáculos, entre convidados e selecionados por meio de edital, além das palestras, workshops, oficinas entre outras atividades. Tudo isso dividido entre os palcos do Teatro Municipal, do Cine Teatro Benedito Alves, do Cine Santana, do Museu Municipal de São José dos Campos, ruas, praças e tantos outros espaços do município, com a proposta de descentralização da programação.