Técnicos suíços elogiam aterro sanitário de São José dos Campos
19/10/2016
Aterro Sanitário
O consultor da First Climate, Michael Brennwald, elogiou a operação e o tratamento dado aos resíduos pela Urbam de São José Foto: Adenir Britto/PMSJC

Urbam

Técnicos da empresa suíça First Climate, que vai adquirir os créditos de carbono produzidos a partir da captação do biogás do aterro sanitário, visitaram a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos de São José dos Campos nessa terça-feira (18). O consultor da First Climate, Michael Brennwald, elogiou a operação e o tratamento dado aos resíduos pela Urbam. 

“Estamos satisfeitos com a forma com a qual o aterro é operado e como o lixo é tratado na cidade. Outro fator importante é a rapidez e facilidade nas negociações. Esperamos que esta iniciativa possa contribuir para a expansão do projeto do biogás nas novas áreas do aterro”, ressaltou Brennwald. 

A visita também contou com a participação do gerente de projetos, Nicolas Roduner. Eles vieram avaliar as condições de operação e da captação de biogás do aterro joseense. 

Para o diretor presidente da Urbam, a constatação de que temos um aterro em excelentes condições de operação, foi fundamental para dar prosseguimento no contrato de venda de créditos de carbono. “Se não tivéssemos uma boa operação, eles não levariam o contrato adiante.”

A venda de créditos de carbono fortalece a sustentabilidade do aterro sanitário de São José dos Campos. Essa será mais uma etapa na modernização do local, que também vai gerar energia, por meio do biogás.

Contrato

A Arauna Energia e Gestão Ambiental, concessionária que explora a captação do biogás no aterro, fechou acordo em setembro com a empresa First Climate, que vai adquirir os créditos de carbono com um valor médio de 2,29 euros, resultando em uma receita para a Urbam de mais de R$ 1 milhão. A First Climate foi fundada em 1999 e é líder mundial no mercado de créditos de carbono e de ativos ambientais.

O processo de geração de energia por meio do biogás do aterro sanitário foi fundamental para que a First Climate fechasse o acordo de compra dos créditos de carbono. O biogás gerado pela decomposição dos resíduos sólidos é tratado, deixando de poluir a atmosfera.

O biogás é composto principalmente pelo gás metano, 25 vezes mais impactante na atmosfera que o dióxido de carbono (CO2). Este gás é captado por uma rede de drenos subterrâneos em toda a área do aterro e é direcionado à central, onde ocorre o tratamento por meio da “queima enclausurada” em um flare, à temperatura aproximada de 600 graus. A alta eficiência deste sistema elimina 98% do gás captado. O volume captado equivale à poluição gerada por toda a frota de automóveis de São José dos Campos.

Geração de Energia 

A Prefeitura de São José dos Campos e a Urbam assinaram, em 27 de junho, a autorização para geração de energia por meio do biogás do Aterro Sanitário.

A partir da assinatura da ordem de serviço, a KR Energia Ltda – empresa vencedora da licitação – tem um prazo de 14 meses para começar a gerar energia. Ela irá implantar, operar e comercializar a energia gerada.

No aterro sanitário, são depositadas uma média de 650 toneladas por dia de resíduos. O sistema vai gerar 3,12 MW de potência - energia renovável suficiente para o consumo de 25 mil habitantes - o equivalente a 9 mil residências. 

Créditos de carbono

Os créditos de carbono, chamados oficialmente de Redução Certificada de Emissão, são uma espécie de moeda de troca criada pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto.

Cada tonelada de CO2 que deixa de ir para a atmosfera gera 1 crédito de carbono, que pode ser comercializado no mercado internacional. Deste modo, a captação de gases no Aterro Sanitário de São José, além de representar uma ação concreta de proteção ao meio ambiente, traz recursos financeiros para o município.

Protocolo de Kyoto

Em 1997, a ONU celebrou um acordo internacional no Japão, conhecido como Protocolo de Kyoto. Este acordo estabeleceu que os países industrializados deveriam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL – permitiu aos países industrializados investir em projetos de desenvolvimento sustentáveis de países como o Brasil, baseando-se em um sistema de compensação com créditos de carbono.

Deste modo, o Brasil pode desenvolver voluntariamente projetos para redução das emissões ou sequestro do carbono, acumulando créditos por estas atividades. Estes créditos podem ser comprados por países industrializados que não atingem suas metas ambientais.