A Prefeitura de São José dos Campos reestruturou o atendimento à população em situação de rua da cidade. A estrutura dos serviços de acolhimento passou a contar com sete abrigos, num total de 200 vagas, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) em parceria com a Comas (Comunidade Cristã de Ação Social).

Foram criados dois novos espaços, localizados na região central: o abrigo para mulheres em situação de rua, com 16 vagas, e um novo abrigo masculino, com 38 vagas. Ainda na região central, existem outros dois abrigos, sendo um masculino (especialmente idosos) e outro para famílias.

O abrigo da Rua Guararapes, no Monte Castelo, conhecido na cidade como albergue municipal, atende, particularmente, pessoas em trânsito (os ‘trecheiros’) ou em busca de pernoite. Os demais abrigos estão localizados na Vista Verde e na Vila Industrial.

A medida teve como objetivo oferecer uma acolhida mais humanizada e segura, uma vez que cada casa comporta um número menor de pessoas, estimulando assim uma melhor aceitação dos serviços.

Além de ampliar as vagas de acolhimento, foi definida uma nova metodologia de atendimento, investindo na capacitação das equipes com o objetivo de alterar o conceito e a visão que os próprios trabalhadores sociais têm sobre esta população. Há também novos critérios de permanência nos abrigos, além de atendimento psicossocial e encaminhamentos para rede de saúde e demais políticas públicas.

Outra alteração importante foi a construção de processos coletivos com atividades como plantio de horta e de viveiros de mudas, oficinas de artesanato, de futebol, de cozinha artesanal, de panificação, cursos na área da beleza, entre outros. Essas atividades foram implantadas com o propósito de oferecer aprendizagem e possibilidades de geração de renda, na busca de restabelecer vínculos e um novo projeto de vida.

Essas oficinas ocorrem dentro dos próprios abrigos e nas duas unidades de Centro Pop, localizadas no Monte Castelo, no período diurno. As mudanças já resultaram em uma nova realidade para, pelo menos, 80 pessoas em situação de rua, que retomaram suas perspectivas de vida por meio das atividades laborais que realizam dentro destes espaços.

Agrega-se ainda no atendimento o Serviço Especializado em Abordagem Social, que tem como ponto de referência a Rua Itororó, s/n, no Jardim Paulista. O objetivo do serviço é estabelecer vínculos e identificar situações vivenciadas nas ruas, construindo possíveis encaminhamentos. Esse trabalho é realizado por 20 educadores que se dividem em seis equipes, atuando em toda a cidade de forma ininterrupta, com maior concentração na região central da cidade.

A necessidade de reestruturação dos serviços surgiu depois que a Prefeitura realizou, em novembro do ano passado, uma pesquisa que identificou 355 pessoas em situação de rua na cidade. O objetivo da pesquisa foi atualizar os dados dessa população, visando o fortalecimento de uma política municipal envolvendo as áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Trabalho, Habitação e a reestruturação e ampliação do serviço de acolhimento.