Fundação Cultural Cassiano Ricardo
A Estação Central de Trem de São José dos
Campos (Avenida Sebastião Gualberto, s/nº) está revitalizada. A cerimônia de
entrega da obra ocorreu na manhã desta terça-feira (20) com homenagens a quem
fez parte da história da estação. O trabalho de recuperação foi realizado pela
MRS Logística, proprietária do prédio, e contou com a parceria da Prefeitura de
São José dos Campos e da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).
Foram nove meses de obras para a
revitalização do prédio e do jardim do entorno da estação, que agora tem um
novo paisagismo, pintura, banheiros reformados e adaptados para acessibilidade,
entre outros detalhes.
“Esse é o restauro verdadeiro de um
patrimônio que é ferroviário, um patrimônio da história da cidade, do Brasil”,
disse o diretor da MRS Gustavo Bambini. “Tem um valor histórico, um valor
paisagístico, mas principalmente um valor humano”, concluiu o diretor,
enfatizando que a Estação Central vai além de apenas uma estrutura física.
Durante a cerimônia houve dois homenageados,
Antônio Lima Costa (Sr. Costinha), um antigo funcionário da Estação, que agora
dá nome ao prédio revitalizado e Hélio Conceição Rodrigues, que desde os
primórdios da estação era proprietário de um bar, que ficava em frente. Hélio
agora dá nome ao jardim da estação.
Todo o movimento da Estação Central, as
histórias dos trens e das pessoas se mesclavam ao bar do seu Hélio. Já
falecido, ele foi representado por sua animada família portuguesa.
“Essa estação é história. Isso daqui foi a
vida da cidade naquela época. Tudo chegava aqui, tudo saia daqui. A Dutra era
uma pista de terra, então o pessoal vinha de trem e era um movimento muito
grande, trens de Aparecida, Minas Gerais, Rio de Janeiro”, disse a professora
Graciana Fonseca Machado, filha de seu Hélio. Ela morava em frente ao prédio
histórico. “Aqui era o coração pulsante de São José.”
“A importância da história, a importância da
memória de qualquer comunidade precisa ser preservada, cultivada e
reverenciada”, disse o prefeito durante a entrega, destacando
a forma como o passado se faz presente em cada avanço. “Diz a música que é para
frente que se anda, mas se você não tiver a trajetória do passado, você não
teria chegado aqui e não teria como ir pra frente, adiante.”
O local restaurado será usado como escritório
da empresa, mas haverá uma sala aberta à visitação do público, onde estarão
disponíveis informações sobre a estação e um pequeno histórico do prédio.
Estações
Em 2013, a Secretaria de Patrimônio da União
transferiu três estações de trem para o município, que assumiu o compromisso de
preservá-las. Em agosto de 2016, foi concluída a obra de revitalização da
Estação de Eugênio de Melo, na qual foram restauradas a parte externa da
estação, com a retomada da fachada original, e a estrutura interna do prédio,
que conta agora com três salas. O local funciona como um anexo da Casa de
Cultura Rancho do Tropeiro.
A estação Martins Guimarães passa por obras
emergenciais, sendo reformadas as paredes, a cobertura, portas e janelas para
que o espaço ganhe posteriormente novo uso.
“Em quatro anos a gente conseguiu fazer muito
em defesa do patrimônio dessa cidade”, destacou o presidente da FCCR. Ele ainda ressaltou com entusiasmo outras conquistas que vieram ao longo
do ano. “A gente já tinha o Parque da Cidade e esse ano o município ganhou o
complexo da Tecelagem Paraíba por meio de uma doação do Governo do Estado.”