Secretaria de Manutenção da Cidade
A Prefeitura de São José dos Campos se reuniu com ambientalistas, vereadores e representantes da sociedade civil organizada, nesta quinta-feira (11), para prestar esclarecimentos sobre a retirada da figueira da praça Dom Bosco, na região central da cidade. A retirada está suspensa, temporariamente, enquanto o assunto está em processo de discussão.
O encontro foi na Secretaria de Manutenção da Cidade e contou também com a participação da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade.
Durante o encontro, a engenheira agrônoma Flávia Peloggia, da Secretaria de Manutenção da Cidade, que assinou o laudo técnico disse que determinou o corte da árvore, porque oferece riscos à integridade física da população. Somente em março último, três galhos já caíram e há risco iminente de novos acidentes. A praça Dom Bosco está localizada em um local de grande fluxo de pessoas, carros e ônibus.
Participaram da reunião os vereadores Dulce Rita (PSDB), Rogério Cyborg (PV), o presidente do Comam (Conselho Municipal de Meio Ambiente), Lincoln Delgado, a ex-presidente do Comam Vera Assis, o engenheiro ambiental Chico Cafu, o jornalista Júlio Ottoboni e o arquiteto José Zanine Caldas Filho.
Eles foram comunicados de que a Prefeitura receberá, na próxima semana, um segundo laudo técnico assinado pelo pesquisador José Luiz de Carvalho, do Instituto Florestal de São Paulo.
Os participantes da reunião entenderam as explicações da Prefeitura e destacaram a importância de ter um novo laudo. Também concordaram que, pela situação apresentada, não há possibilidade de recuperação da figueira e se colocaram à disposição para colaborar no esclarecimento da população sobre o assunto.
Laudo
Autora do laudo técnico, a engenheira agrônoma Flávia Peloggia explicou na reunião desta quinta-feira que a figueira tem atualmente apenas 45% de folhas vivas. Os outros 55% são de vegetação morta e galhos secos, que podem cair a qualquer momento.
Explicou ainda que os fungos de solo que atacaram as raízes da árvore impedem sua recuperação, diferentemente do processo de revitalização que está sendo feito com o jequitibá-rosa no distrito de Eugênio de Melo (região leste). “Há um risco grande de queda de galhos, que podem ferir seriamente as pessoas. A árvore tem pouca vida e não tem recuperação. Por isso é que há a necessidade de remoção rápida da figueira”, afirmou Flávia Peloggia.
Autorização
A figueira tem 147 anos e 12 metros de altura, é tombada pelo Comphac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural) e possui imunidade de corte.
De acordo com a Assessoria de Arborização e Áreas Verdes, o corte está respaldado pela Lei de Arborização de São José (Lei Municipal 5097/97) e pelo decreto 7668, de 1992, sobre imunidade de corte. Será plantada outra árvore no local. A espécie será definida posteriormente pela Prefeitura e será submetida à aprovação do Comphac.
Aldo Zonzini Filho, presidente do conselho, afirmou que a medida segue critérios técnicos e de segurança. “A figueira da praça Dom Bosco tem imunidade de corte e acompanhamento constante do Comphac. Mas, por estar deteriorada e colocar em risco a integridade física das pessoas, infelizmente terá que ser removida. Mas a população pode ficar tranquila que será plantada outra árvore no local”.