Laudos condenam árvores e Prefeitura vai fazer a supressão
24/05/2017

Secretaria de Governança

Duas árvores da região central de São José dos Campos serão retiradas pela Prefeitura, após laudos técnicos da Secretaria de Manutenção da Cidade e do Instituto Florestal de São Paulo constatarem a impossibilidade de recuperação.

Em ambos os casos, a supressão é necessária em razão do estado precário e de envelhecimento, oferecendo riscos à integridade física da população. Serão retiradas as árvores das praças Dom Bosco e Cônego Lima.

A primeira a ser retirada será a figueira da Praça Dom Bosco, no próximo domingo (28). A supressão desta árvore, que tem 147 anos e 16 metros de altura, foi determinada em laudo técnico assinado em 18 de abril pela engenheira agrônoma Flávia Peloggia, da Assessoria de Arborização e Áreas Verdes da Prefeitura, e corroborada em laudo técnico de 18 de maio assinado pelos engenheiros agrônomos José Luiz de Carvalho e Lílian Marcondes Braga, do Instituto Florestal de São Paulo. Os laudos foram precedidos por rigorosas vistorias.

Os ambientalistas da cidade já foram informados da necessidade da medida. O Comam (Conselho Municipal de Meio Ambiente) e o Comphac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural) estão de acordo.

Somente em março, três galhos já caíram e há risco iminente de novos acidentes. A Praça Dom Bosco fica em um local de grande fluxo de pessoas, carros e ônibus.

O ambientalista Lincoln Delgado, presidente do Comam, concordou com a postura da Prefeitura. “Árvores como estas figueiras, que são símbolos de São José e têm o carinho da população, merecem todo o respeito. O ideal seria recuperar estas árvores, mas, como não será possível, a Prefeitura agiu corretamente”, disse. Segundo ele, a Prefeitura esclareceu as dúvidas levantadas por ambientalistas, vereadores e representantes da sociedade e teve o cuidado de obter um segundo laudo. “A Prefeitura demonstrou respeito com estas figueiras e com a população”, afirmou.

De acordo com a Assessoria de Arborização e Áreas Verdes da Prefeitura, a supressão está respaldada pela Lei de Arborização de São José (Lei Municipal 5.097/1997) e pelo Decreto Municipal 7.668, de 1992, sobre imunidade de corte. Será plantada outra árvore no local. A espécie será definida posteriormente pela Prefeitura e submetida à aprovação do Comphac.

A árvore centenária é tombada pelo Comphac e os membros do conselho aprovaram a retirada da figueira durante reunião realizada no último dia 25 de abril.

No início deste mês, a supressão da figueira foi suspensa temporariamente pela Prefeitura com o objetivo de obter o novo laudo técnico e ampliar o canal de diálogo com ambientalistas e com a sociedade.

O serviço será realizado pela Secretaria de Manutenção da Cidade e poderá ser suspenso caso chova no dia.

Laudos

O laudo técnico assinado pelos engenheiros agrônomos José Luiz de Carvalho e Lílian Marcondes Braga foi elaborado após duas vistorias e constatou que não há possibilidade de recuperação da árvore.

Entre os problemas encontrados, eles apontaram morte prematura de grande parte da copa (cerca de 50%), com apodrecimento de galhos, de parte do tronco e das raízes evidenciado pela presença de fungos. Também destacaram a distribuição desuniforme do peso da copa, o que pode ocasionar a queda da figueira em caso de chuva ou ventania fortes.

Os engenheiros agrônomos ressaltaram ainda, em documento, a possibilidade de queda de galhos e da árvore, colocando em risco a segurança da população, já que a Praça Dom Bosco está localizada em local de grande fluxo de pessoas.

O laudo técnico dos agrônomos do Instituto Florestal de São Paulo corrobora o documento assinado pela Prefeitura, que apontou que a figueira tem atualmente apenas 45% de folhas vivas. Os outros 55% são de vegetação morta e galhos secos, que podem cair a qualquer momento.

Responsável pelo laudo, a engenheira agrônoma Flávia Peloggia destacou ainda que os fungos de solo que atacaram as raízes da árvore impedem a recuperação, diferentemente do processo de revitalização que está sendo feito com o jequitibá-rosa no distrito de Eugênio de Melo (região leste).

“Há um risco grande de queda de galhos, que podem ferir seriamente as pessoas. A árvore tem pouca vida e não tem chance de recuperação. Por isso é que há a necessidade de remoção rápida da figueira”, afirmou a funcionária da Prefeitura.

Praça Cônego Lima

A Prefeitura de São José dos Campos também prepara a retirada da figueira existente na Praça Cônego Lima, na região central. A exemplo da figueira da Praça Dom Bosco, a árvore tem cerca de 150 anos e é tombada pelo Comphac. A figueira tem 20 metros de altura. A data para a retirada ainda não foi definida.

Os laudos da Prefeitura e do Instituto Florestal de São Paulo também determinaram a supressão da árvore, o que ocorrerá após aprovação do Comphac, a qual já foi solicitada pela Prefeitura.

O diagnóstico é semelhante ao da figueira da Praça Dom Bosco: infestação por fungos, madeira podre, danos nas raízes e queda de folhas e galhos, problemas que inviabilizam a recuperação da árvore.

O laudo da Assessoria de Arborização e Áreas Verdes da Prefeitura atesta perda de 70% do tecido vegetal. O laudo do Instituto Florestal de São Paulo aponta risco de queda da figueira, já que foi constatado desequilíbrio devido à morte de galhos em apenas um dos lados.

Em 24 de outubro do ano passado, já foi registrada a queda de um galho grande.

Por também estar em local de grande fluxo de pessoas e veículos, a recomendação é para que seja agilizado o corte da figueira remanescente na Praça Cônego Lima. As outras duas foram retiradas pela Prefeitura em 2004 e 2009 após se esgotarem as possibilidades de recuperação.