A presença e o apoio dos pais foi uma das marcas da terceira edição da Caravana de Seletivas, da Prefeitura de São José dos Campos, no Centro Poliesportivo no distrito de Eugênio de Melo, na região leste.

No evento, que teve início às 8h, com término programado para 17h, crianças e jovens de 7 a 17 anos tiveram grande torcida dos responsáveis, que também foram os grandes motivadores da garotada.

“Ele que falou para mim (sobre a seletiva). Levantou cedo e me mandou trazê-lo”, falou Eliel Santos de Carvalho, 57 anos, avô do Pedro, que tentava uma vaga na equipe sub-13 de futebol de campo.

Com os olhares atentos para o gramado, o morador do distrito conta que o neto treina nas scolinhas municipais de futebol de campo e de futsal e que não dá chance para ele pendurar as chuteiras.

“Para mim é excelente. Sempre gostei de eventos para criança. E eu pego no pé dele para não parar. Esses dias ele estava desanimado e eu disse que o até a Caranava.

 

A situação é a mesma da pequena nadadora Sara, 7 anos, moradora do Galo Branco. Enquanto ela esperava a chamada do lado de fora da piscina, a mãe, Gláucia Fernanda de Paula, 39 anos, contou que as duas acordaram cedo para não perder a hora dos testes. A expectativa era grande, já que Sara foi aluna de natação do Centro Poliesportivo.

Gláucia tem um filho de 20 anos, que à época em que tinha 15 integrou a equipe de futebol de campo do Atleta Cidadão. “Para mim é muito incentivador ela ter uma oportunidade assim que, para muitas pessoas é difícil. Algumas às vezes nem sabem (do Atleta Cidadão), então essa é uma

boa oportunidade”, explicou.

Todas as edições da Caravana de Seletivas contam com testes para a natação ACD (atleta com deficiência). Em Eugênio de Melo, a modalidade ganhou o reforço de nadadores que já estão inseridos no Programa Atleta Cidadão.

É o caso de Marco Antonio, 10 anos, e João Paulo, 15 anos, que saíram do Jardim Morumbi (região sul) para ir à piscina do Poli ajudar na divulgação da categoria. A dupla foi acompanhada pelo pai, Fernando Robin Simões, 40 anos.

“A Caravana é para tentar trazer mais pessoas com deficiência para estar compondo a equipe, além do pessoal que faz natação do modo convencional. Nem todo mundo consegue ir na seletiva (individual). A ideia é juntar esse pessoal para fazer uma equipe mais forte para São José”, justificou Fernando.

João tem agenesia radial nas mãos e pés congênitos. Marco tem limitações no braço direito e analgesia nas mãos. Mas é errôneo pensar que esses fatores foram impeditivos para eles darem braçadas e pernadas. Hoje, a influência esportiva chegou também à filha adolescente, que observava os irmãos.

“Fui aprender a nadar porque gosto de pescar e tinha que levar eles na beirada de represa. Levei o menor e depois carreguei o maior, além da menina. Todo mundo agora sabe nadar”, falou Fernando Robin Simões.