Prefeitura vai substituir árvore doente por figueira-branca nativa
04/06/2017

Secretaria de Governança

A Prefeitura de São José dos Campos retirou, neste domingo (4), a figueira da praça Dom Bosco, na região central. O serviço, coordenado pela Secretaria de Manutenção da Cidade e realizado por uma equipe terceirizada contratada da Prefeitura, começou às 8h e terminou por volta das 16h.

Um grupo de dez pessoas executou o trabalho, que consistiu na supressão dos galhos e do tronco da árvore. Para o corte da figueira, que tinha 147 anos e 16 metros de altura, o acesso da avenida João Guilhermino à praça ficou fechado ao tráfego. Uma das três faixas da João Guilhermino também foi totalmente interditada para ônibus e carros durante a execução do trabalho.

Nos próximos dias, a Prefeitura realizará a destoca (quando é retirada a raiz após o corte da árvore) e a troca da terra do local, que está contaminada por fungos.

Após estes serviços, será plantada uma figueira branca nativa para substituir a figueira que foi retirada, que é exótica e originária da Malásia.

Será realizado ainda o plantio compensatório de 90 mudas de árvores para resgatar os serviços ecossistêmicos perdidos, atendendo recomendação do Ministério Público. 

Dessas 90 mudas, 40 já serão plantadas na próxima quarta-feira (7) no Parque Ribeirão Vermelho, na zona oeste, em um trabalho conjunto das secretarias de Manutenção da Cidade, Esporte e Qualidade de Vida e Urbanismo e Sustentabilidade. Replantios e compensações ambientais são práticas adotadas pela Prefeitura em casos de supressão de árvores.
 
Concordância

Moradores que acompanharam a remoção da figueira da praça Dom Bosco neste domingo lamentaram a decisão pela ligação que possuem com a árvore e por sua importância para São José, mas entenderam a necessidade de supressão devido ao risco de queda de galhos.

“Faz 75 anos que conheço esta figueira da praça Dom Bosco. Sempre morei aqui perto e nas minhas caminhadas sempre passo por esta árvore. Portanto,  tenho um carinho especial por ela. Sinto muito que tenha que ser retirada, mas diante do perigo de queda de galhos não existe outra solução. Fico feliz de saber que a Prefeitura vai plantar outra figueira no lugar”, disse a aposentada Mary Rocha Carnevalli, 85 anos, que mora no centro.

“Trabalho há dois anos aqui no posto, de frente para a figueira, e portanto ela já faz parte da minha vida. Mas a segurança vem em primeiro lugar. Vi quando caíram os galhos recentemente e o perigo que representou para as pessoas. Então, não tem outra solução a não ser retirar esta árvore”, afirmou Maria Aparecida dos Santos, 52 anos, que trabalha no posto de combustíveis localizado em frente à praça Dom Bosco.

Morador do centro, o  aposentado Li Yifan, 77 anos,  também  considera que a segurança dos moradores tem que ser priorizada. “Todos gostamos desta figueira mas, se ela está doente e há risco de queda de galhos, o ideal é que seja retirada. Até porque será plantada outra árvore no local. Em todas as situações, a segurança tem que vir em primeiro lugar”.
 
Laudos

Nos próximos dias, a Prefeitura também executará a remoção da figueira da Praça Cônego Lima, na região central da cidade.

A supressão das duas árvores foi liberada pelo Ministério Público após vistoria realizada na última terça-feira (30) por técnicos do CAEx (Centro de Apoio Técnico à Execução) da Promotoria, que corroborou os laudos que determinaram a retirada das árvores devido ao estado precário e de envelhecimento que elas apresentam, oferecendo riscos à integridade física da população.

O corte da figueira da Praça Dom Bosco foi determinado em laudo técnico assinado em 18 de abril pela engenheira agrônoma Flávia Peloggia, da Assessoria de Arborização e Áreas Verdes da Prefeitura, e corroborado em laudo técnico de 18 de maio assinado pelos engenheiros agrônomos José Luiz de Carvalho e Lílian Marcondes Braga, do Instituto Florestal de São Paulo. Os laudos foram precedidos por rigorosas vistorias e atestam que não há possibilidade de recuperação da árvore.

Somente em março, três galhos caíram e havia risco iminente de novos acidentes. A Praça Dom Bosco, a exemplo da praça Cônego Lima, fica na região central,  em um local de grande fluxo de pessoas, carros e ônibus.

A árvore centenária era tombada pelo Comphac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural), que também deu autorização para o corte durante reunião realizada no dia 25 de abril.

No caso da figueira da praça Cônego Lima, a supressão também foi determinada em laudos da Prefeitura e do Instituto Florestal de São Paulo e corroborada pelo Ministério Público após vistoria técnica. O Comphac autorizou a remoção em reunião realizada na última terça-feira (30).