Meninas da ginástica artística se inspiram em Simone Biles
30/06/2017
As disputas na ginástica acontecem entre esta sexta-feira (30) e sábado (1). Ao todo, 12 cidades estão inscritas para a modalidade
As disputas na ginástica acontecem entre esta sexta-feira (30) e sábado (1). Ao todo, 12 cidades estão inscritas para a modalidade Foto: Charles de Moura/PMSJC

Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida

Ao entrar no ginásio de esporte do campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente (SP), vê-se nas arquibancadas rostos minuciosamente maquiados, cabelos presos com todo o cuidado e agasalhos tamanho infantil. Os olhares atentos aos aparelhos revelam a ansiedade numa competição de grande magnitude. 

Com idade entre 11 e 13 anos, as atletas da equipe de ginástica artística de São José dos Campos formam o plantel mais novo da delegação que viajou mais de 640 quilômetros até o oeste do Estado para os Jogos Abertos da Juventude.  
Para as quatro ginastas que disputarão provas em quatro aparelhos, essa é a primeira edição dos Joguinhos e a primeira vez que vão para tão longe de casa. 

“As minhas treinadoras vieram e me avisaram sobre os Joguinhos. Fiquei feliz, porque é uma competição maior, de dois dias, e nunca participei de uma competição grande assim”, disse Helena Naidik, 12 anos, indicada pelo grupo como a menos tímida. 

Nara Müller de Sá, Bianca do Prado, Maria Vitória Alves e Helena foram escaladas para serem as titulares nos Jogos devido a lesão de uma integrante e a saída de outras duas mais velhas da equipe. No masculino, São José será representada pelos pequenos Davi e Daniel. 

As disputas na ginástica acontecem entre esta sexta-feira (30) e sábado (1). Ao todo, 12 cidades estão inscritas para a modalidade. No primeiro dia, o torneio terá início às 14h com disputas no solo e na trave. 

Para a comissão técnica, mesmo com a pressão de se disputar um torneio Estadual o jovem time joseense tem capacidade de assumir a responsabilidade, em um esporte em que geralmente se inicia a prática antes dos dez anos de idade. 

“Não existe aquilo de ‘será que a menina não está muito nova?’. Nós não estamos colocando nenhuma pressão nelas. Mas como tudo na ginástica, tem que se perfeito. Embora você não tenha a cobrança por resultado, tem que apresentar o que foi treinado. Então cada uma delas tem essa consciência”, fala Edward Rasquinha, coordenador técnico.  

“(A gente quer) que elas aprendam a competir tanto no estado psicológico quanto físico, para ganhar mais experiência, para que elas possam evoluir e ir a competições maiores”, diz a jovem treinadora do elenco feminino de 22 anos, Sayuiri Teramoto. 

E para os jovens atletas, as bases técnicas e psicológicas fornecidas pelos mentores são essenciais para que a confiança na própria capacidade se desenvolva. 

“Elas ajudam, por exemplo, quando estou errando muito uma coisa elas falam ‘acredito em você, você consegue’. Elas dão confiança, ajudam no que a gente erra dando as dicas”, conta Helena Naidik, que se inspira na norte-americana campeã olímpica Simone Biles. 

Formada no programa Atleta Cidadão, a equipe de ginástica artística tem como princípios o respeito e a cidadania, valores que ajudaram a reforçar os laços e conquistar também a confiança dos responsáveis pelos pequenos. 

“Para os pais, a única diferença é que é a primeira competição que elas formem fora de casa. Gera ansiedade nelas, certa ansiedade nos pais, mas isso sim é uma competição que traz essa experiência”, completou Edward Rasquinha. 
“Nós estamos criando (os atletas), não só para a ginástica, mas sim para serem cidadãs. Quando elas precisam conversar elas vêm até nós e sempre dizemos que as queremos felizes dentro e fora do treino”, disse a técnica Sayuri Teramoto.