Festivale supera expectativas e deverá estimular mais parcerias
12/09/2017
O Festivale terminou com a certeza de que os objetivos foram alcançados, demonstrando que a cidade está receptiva à inovação também no campo das artes
O Festivale terminou com a certeza de que os objetivos foram alcançados e que a cidade está receptiva à inovação também no campo das artes Foto: Divulgação

Fundação Cultural Cassiano Ricardo

Após seis dias de atividades intensas, uma grande diversidade de apresentações e casa cheia em praticamente todos os mais de 30 espetáculos, o 32ª Festivale, promovido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo de 5 a 10 de setembro, terminou com a certeza de que os objetivos foram amplamente alcançados, demonstrando que a cidade está disposta e receptiva à inovação também no campo das artes.

Os resultados superaram as expectativas, a começar pelo número recorde e histórico de 467 projetos inscritos e a presença maciça do público nos 12 locais onde ocorreram os espetáculos, intervenções, oficinas, shows musicais e mesa redonda. Além disso, o trabalho curatorial, coordenado pelo ator e diretor André Ravasco, foi bastante preciso e adequado à proposta e expectativa artística, considerando o tema desta edição – ‘Olhares Contemporâneos’.

A estas atividades soma-se, ainda, a realização, de 1º a 4 de setembro, da Mostra EntreAtos, programação teatral que precedeu o Festivale e contou com a participação de grupos de São José e convidados, realizando em diferentes locais da cidade um total de 24 espetáculos. Foi uma forma de preparar o público para o festival e também atender a rede pública de ensino.                        

Novas parcerias

Ainda segundo a Fundação Cultural, o objetivo agora é que o festival cresça e se desenvolva a cada edição, sendo essencial o estabelecimento de novas parcerias com outras instituições da cidade e com a iniciativa privada, além do diálogo constante com a classe artística.

A edição deste ano contou com apoio e parceria do Parque Vicentina Aranha, por meio da Associação para o Fomento da Arte e da Cultura (AFAC), do Sesi SP, do Circuito Sescoop/SP de Cultura, Universidade de São Paulo (USP) e do Fundo Social de Solidariedade de São José dos Campos.

Diversidade de programação

Para o curador André Ravasco, o saldo do festival foi bastante positivo, com grande participação da comunidade joseense. "Nesta 32ª edição do Festivale realizamos um recorte da cena artística contemporânea, com especial olhar para a produção local. A diversidade da programação nos propiciou um espaço de debate sobre o momento que vivemos, inclusive os diversos campos por onde se espalham as práticas que hoje compõem o que chamamos teatro contemporâneo”, enfatizou André Ravasco.

Ainda segundo ele, a primeira preocupação foi perfurar o caráter de evento e fazer que o Festivale ecoasse para além do período em que é realizado. “Para tanto apostamos em ações formativas dirigidas aos professores, orientadores de teatro e artista de artes cênicas. A intenção foi que estas ações pedagógicas contribuíssem para atualização destes profissionais em seus campos de atuação.

Troca de experiências

Para o ator e diretor Carlos Rosa, do Teatro do Rinoceronte, de São José dos Campos, “participar do Festivale deu visibilidade ao grupo, além de ser uma grande oportunidade de troca de experiências”. Na sua opinião, “o festival é importante para a cidade, pois é a grande oportunidade para a população ter acesso a arte teatral, além de possibilitar a presença de grupos com linguagens variadas, enriquecendo nossas referências”. O grupo apresentou a peça Maroscas.

“Trata-se de um grupo comprometido com a pesquisa e a prática cênica, cuja presença no Festivale reforça a contemporaneidade do olhar da companhia para o material trabalhado”, escreveu Simone Carleto em sua crítica a respeito da apresentação do Teatro Rinoceronte. Ao lado do crítico Rodrigo Morais Leite, Simone escreveu críticas sobre as peças selecionadas. Além do Teatro Rinoceronte, outros seis grupos de São José também participaram do festival. Confira aqui as demais críticas.

Ingresso solidário

Para assistir os espetáculos durante o Festivale, o público trocou os ingressos por um quilo (arroz ou feição) ou litro (óleo) de alimento não perecível, que foi doado ao Fundo Social de Solidariedade. Durante o período foram arrecadados 1,3 tonelada de arroz, feijão, macarrão e farinha, 270 litros de óleo e 13 litros de leite.

O Festivale é realizado desde 1984 pela Prefeitura de São José dos Campos, por meio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.