Zanine Caldas e Cassiano Ricardo promoveram discurso ambientalista
18/10/2017
Zanine, assim como o escritor e poeta Cassiano Ricardo, foram os primeiros a promoverem, cada um em sua área, um discurso ambiental e nacionalista
Zanine, assim como o escritor e poeta Cassiano Ricardo, foi um dos primeiros a promover um discurso ambiental e nacionalista Foto: Divulgação

Fundação Cultural Cassiano Ricardo

“A madeira nasce quando a árvore morre”. Este é um dos dizeres do arquiteto Zanine Caldas, falecido em 2001, ícone na construção de casas modernistas e aclamado como o ‘mestre da madeira’ no século XX. Zanine, assim como o escritor e poeta Cassiano Ricardo, foram os primeiros a promoverem, cada um em sua área, um discurso ambiental e nacionalista. 

A importância de Zanine Caldas para a arquitetura brasileira e os pontos em comum entre ele e Cassiano Ricardo, serão temas de mais um debate da 51ª Semana Cassiano Ricardo. O encontro é aberto ao público e acontece neste sábado (21), às 16h, na Residência Olivo Gomes, no Parque da Cidade. 

O debate será mediado pelo jornalista Júlio Ottoboni e reunirá os arquitetos José Zanine Caldas Filho, que abordará sua relação com o pai, e Alexandre Penedo, que falará sobre a importância de Zanine para a arquitetura. Também será exibido aos presentes o documentário ‘Zanine: Ser do Arquitetar’ (2016).

Para Zanine Caldas Filho foi uma surpresa muito grande saber que seu pai está na programação da Semana Cassiano Ricardo. O arquiteto, que vê o evento com grande apreço, também identifica concordâncias nas ideias de seu pai e do poeta joseense. “Embora eles não tivessem proximidade física, tiveram muitas ideias em comum, como o patriotismo e a defesa da ecologia”, revela. 

Perfil

Zanine Caldas (1919-2001) teve a carreira rodeada de ideologias sustentáveis vanguardistas. Conhecido por nunca alterar ou aterrar solos para construir, o arquiteto teve São José dos Campos como um dos pontos de parada de seu caminho, quando em 1948, uma sociedade que o unia com Sebastião Henrique da Cunha Pontes e Paulo Mello, gerou a ‘Móveis Artísticos Z’.

Sem diploma, o trabalho de Zanine foi durante anos questionado, e, inclusive impedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Porém, seu domínio da técnica o conferiu o título de arquiteto honorário pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). 

Seu talento, o atribuiu no final da década de 80, uma exposição no Museu do Louvre, em Paris (FRA), trazendo-lhe o reconhecimento internacional. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble, também na França.

Residência Olivo Gomes

Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade