Escola bilíngue para surdos é referência em São José
08/11/2017
Dos 750 alunos matriculados no ensino fundamental, 25 são portadores de deficiência auditiva e participam do projeto
Dos 750 alunos matriculados no ensino fundamental, 25 são portadores de deficiência auditiva e participam do projeto Foto: PMSJC

Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida

Um projeto de Escola Bilíngue para Surdos está otimizando a formação pedagógica dos jovens de São José dos Campos na Emef Profª Maria Aparecida dos Santos Ronconi, no Jardim Jussara, região central da cidade.

Atualmente, a escola conta com cerca de 750 alunos matriculados no ensino fundamental. Destes, 25 são portadores de deficiência auditiva e participam do projeto, que existe desde 2011. Neste projeto, os estudantes aprendem a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a escrita da língua portuguesa e são acompanhados por professores intérpretes em todas as aulas.

“Nosso objetivo é ensinar o aluno com surdez a formar textos completos para se expressar e não somente aprender palavras soltas. Para isso é preciso acompanhar um a um, desenvolvendo atividades de acordo com suas características para sanar as dificuldades e aproveitar as aptidões de cada aluno”, explicou a orientadora pedagógica, Eliane Cristina de Oliveira, que acompanha o projeto desde sua implantação.

A operadora de caixa Vera Lúcia do Amaral Siqueira, 34 anos, é moradora do bairro Santana, região norte, e matriculou seu filho nessa escola por conta do projeto. “O Christian começou a estudar no Ronconi com 8 anos e hoje, aos 14, vejo como a escola incentivou seu desenvolvimento tanto no ensino quanto como pessoa. Eu também aprendi muito nesses anos e a cada dia evoluo mais com o que ele me ensina. Meu filho tem um ótimo relacionamento com todos, tem amigos e muitos sonhos profissionais”, disse a mãe.

Além do ensino de Libras para as crianças com surdez, os alunos ouvintes também têm acesso a língua portuguesa por meio de oficinas oferecidas na escola. Aos 12 anos, o estudante Gabriel dos Santos já consegue se comunicar com os colegas do projeto utilizando a nova linguagem. “No início do ano quis fazer amizade com um colega de sala, mas não conseguia conversar com ele, pois ele não me ouvia e eu não compreendia seus gestos. Então comecei a estudar Libras e hoje conseguimos conversar sobre tudo”, contou o aluno.

Gabriel também entende a importância de seu colega aprender a língua portuguesa escrita. “Sabendo ler e escrever, o acesso ao mundo fora da escola ficará mais fácil e ele terá muitas oportunidades. Ele pode até ir ao cinema, por exemplo, e compreender o filme, mesmo sem ouvir, acompanhando as legendas”, afirmou.